Nasce o “SUS chileno”: governo Boric anuncia sistema público de Saúde.
ChilePor André Cintro
Estimativas do governo chileno apontam que, com a garantia de saúde pública e gratuita, cada família deve economizar cerca de US$ 300 por ano
Numa medida histórica que beneficiará mais de 5 milhões de pessoas, o governo Gabriel Boric anunciou, em 28 de julho, que o Chile passará a ter um sistema de saúde pública e gratuita para toda a população. O “SUS chileno” – uma das promessas de campanha de Boric nas eleições presidenciais de 2021 – nascerá, oficialmente, em 1º de setembro.
O Sistema Nacional de Saúde com financiamento público é um dos avanços inclusos na nova Constituição chilena, que será submetida a referendo no próximo dia 4 de setembro. Hoje, com o Fonasa (Fundo Nacional de Saúde do Chile), de diretriz neoliberal, a população paga para usufruir todo e qualquer serviço que hospitais públicos prestam. Apenas pessoas com mais de 60 anos ou com renda inferior a US$ 420 mensais estão isentas de cobrança.
“Trata-se de um avanço histórico em matéria de saúde”, afirmou Boric. “Muitas gerações de chilenos e chilenas sonharam com o que hoje estamos convertendo em uma realidade, que é um sistema de saúde público, gratuito, para todas e todos os usuários do Fonasa. A saúde tem de ser um direito.”
A medida foi elogiada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). “Parabenizamos a decisão do Governo do Chile de cobrir todos os gastos de saúde a 6 milhões de chilenos. É um grande passo em direção ao seu compromisso com o #SaúdeParaTodos”, tuitou o diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Estimativas do governo chileno apontam que, com a garantia de saúde pública e gratuita, cada família deve economizar cerca de US$ 300 por ano. Atualmente, de cada dez chilenos, oito precisam recorrer ao sistema de copagamento do Fonasa. Os trabalhadores contribuem com 7% de seu salário para a rede pública ou a rede privada. “O eixo do nosso governo é que a saúde seja um direito digno – e nunca um negócio”, concluiu Boric.
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