O grito das ruas | Deputada explica situação política e critica blindagens nas investigações de corrupção no Peru
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O grito das ruas
Em 2019, a América do Sul vive um clima de instabilidade, resultado de crises políticas, econômicas, sociais. Protestos agitam as ruas das principais cidades. No Brasil, Chile, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, milhões de pessoas confrontaram os governos e as forças policiais de seus países.
As manifestações têm em comum a revolta e a coragem dos povos em lutar contra as políticas liberais aplicadas por seus governantes. Cada vez mais a desigualdade se aprofunda.
Durante a Conferência Nacional de Autorreforma do PSB, em novembro de 2019, representantes de partidos socialistas de países da América do Sul relataram a situação vivida em suas regiões e debateram formas democráticas de enfrentar as crises que se apresentam.
A deputada do movimento político Nuevo Perú Kátia Gilvonio participou do IV Encontro Internacional de Mulheres Socialistas, promovido pela Secretaria Nacional de Mulheres do PSB. Na ocasião, ela explicou a situação política vivida no país e criticou os casos de corrupção que vem sendo investigados.
Segundo Kátia, em 30 de setembro de 2019, o então presidente Martín Vizcarra determinou o fechamento constitucional do Congresso após os deputados não aprovarem, pela segunda vez, uma moção de confiança apresentada pelo Executivo. Além disso, uma crise já vinha se arrastando desde 2016, quando o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski apresentou sua renúncia, às vésperas de seu impeachment, após alegações de compra de votos abalarem seu governo de centro-direita.
«A corrupção no Peru ainda segue, a impunidade também, existem investigações a nível da Odebretch e da Lava Jato que comprometem uma máfia a nível internacional e isso também alcança o Peru», disse.
A deputada afirma que há processos de blindagens dentro das investigações desses casos e que a bancada do partido fujimorista Força Popular, de direita, também é diretamente responsável pelo que vem acontecendo na política peruana. Para ela, as eleições que serão realizadas no próximo dia 26 de janeiro abrirão um novo processo de renovação política.
«O que se tem visto é uma blindagem descarada aos membros que são ligados aos fujimoristas. O que se quer é que haja mudanças a nível da política peruana. Essas eleições que vão acontecer vão abrir um novo processo para que gente nova que quer fazer política entre porque quer servir ao povo. E não é isso que vem sendo feito na prática da bancada fujimorista, que tem um discurso conservador», afirmou.
Assista abaixo ao vídeo completo: