No Brasil, desemprego afeta jovens, mulheres e profissionais com menos escolaridade, aponta CEPAL
NoticiasEm 2014, o desemprego entre os jovens brasileiros chegou a 18,3%, segundo novo relatório da CEPAL. No mesmo ano, o índice de jovens que nem estudavam nem trabalhavam atingiu 19,3%. Mulheres são mais afetadas pela desocupação do que os homens.
Em seu Anuário Estatístico de 2015, publicado em fevereiro deste ano, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) apontou que a parcela da população brasileira economicamente ativa registrou uma retração de 3,8%, de 2010 para 2014. Segundo o organismo, a desocupação tem afetado principalmente as mulheres, os jovens e trabalhadores com menos escolaridade.
Em 2014, a CEPAL calculou que, no Brasil, o desemprego entre pessoas de 15 a 24 anos chegou a 18,3%. Quando consideradas as diferenças de gênero, o valor apresenta variações significativas: 22% das mulheres jovens estariam sem trabalho, enquanto que, para os homens, o índice seria de 15,4%. Ainda entre essa faixa etária, a Comissão verificou que 19,3% é composta por indivíduos que nem estudam, nem trabalham.
O documento também apresenta estatísticas sobre a qualificação da mão de obra brasileira e suas taxas de ocupação. De acordo com a CEPAL, em 2014, o desemprego urbano chegou a 10,2% entre profissionais que possuíam entre seis e nove anos de estudos. Entre os trabalhadores com 13 ou mais anos de escolaridade, o índice foi de 4,5%.
As variações entre os gêneros se repetem, sendo o público feminino o mais atingido pelo desemprego. Entre os profissionais menos qualificados, a desocupação pode ser de até 5,5% mais alta entre as mulheres. Para as que estudaram 13 anos ou mais, a diferença em relação aos homens é de 1,7%.
Quanto à população empregada, a CEPAL apontou que o comércio e outros serviços foram os setores que mais empregaram brasileiros, em 2014. As atividades concentraram 48,1% dos trabalhadores. Indústria e agricultura ofereceram postos de trabalho para 12,3% e 14,2% dos economicamente ativos, respectivamente. O restante da mão de obra ocupada se dividiu em áreas como transporte, construção e serviços financeiros.
O Brasil acompanha a tendência da América Latina e do Caribe, onde os trabalhadores, em média, também se concentram no setor de comércio e outros serviços (48,2%). Indústria e agricultura empregam volumes semelhantes de profissionais nos países da região (11,9% e 18,5%).
CEPAL