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Colômbia vive onda de violência contra ativistas, 5 anos após acordo com as Farc

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Desde que foi iniciado processo de paz, missão da ONU contabilizou 296 assassinatos de combatentes que abandonaram armas e ativistas sociais; entre 2017 e 2020 foram gastos apenas 65% do orçamento do pacto

Numa das avenidas de acesso ao centro de Bogotá, a obra chama a atenção de quem passa. Ainda não se vislumbra o resultado final, mas está em plena construção o Museu da Memória, que pretende contar a história das vítimas de uma guerra que muitos imaginaram que terminaria com o acordo de paz selado em setembro de 2016 pelo governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Hoje, porém, a Colômbia ainda parece muito longe de alcançar a pacificação, e os alertas sobre o aumento da violência que este ano já matou 124 defensores dos direitos humanos são frequentes.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU, que monitora a implementação do acordo, discutiu o aumento da violência no país, principalmente nas regiões onde antes atuavam as Farc e hoje são dominadas por dissidentes da guerrilha, grupos narcoparamilitares e narcotraficantes. O diagnóstico foi contundente: a deterioração da segurança no território colombiano ameaça o acordo com as Farc e a pacificação do país em geral. Desde que foi iniciado o processo de paz, a missão da ONU na Colômbia contabilizou 296 assassinatos de combatentes que abandonaram as armas e ativistas sociais. Segundo a missão, entre 2017 e 2020 foram gastos apenas 65% do orçamento destinado ao cumprimento do acordo.

Ninguém discute a relevância do pacto, um dos mais importantes da História e que encerrou uma guerra de cinco décadas. Mas existe consenso entre os colombianos, incluindo entre funcionários do governo do presidente Iván Duque, de que desde então a violência de outros grupos multiplicou-se e o narcotráfico ampliou seus negócios e seu poder.

Em recente carta ao Tribunal Penal Internacional, o diretor para as Américas da ONG Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, pediu que a corte mantenha aberto um exame preliminar que analisa os esforços para evitar a impunidade por crimes de lesa-Humanidade e de guerra na Colômbia.

Poder do narcotráfico

O diretor do Centro Nacional de Memória Histórica, Darío Acevedo, está à frente do projeto para construção do museu e espera que o espaço de 14 mil metros quadrados e cinco salas de exposição estimule a reflexão. Questionado sobre a onda de violência que assola o país, Acevedo admite que “enquanto tivermos o problema da droga, será difícil ter paz”.

— Não sou pessimista, mas, sim, realista. O acordo mostrou que a violência não é o caminho, mas este é o único país onde criminosos são premiados com cadeiras no Congresso. Nos últimos anos, passamos de 65 mil hectares de plantações ilícitas para 210 mil hectares — disse Acevedo.

Mais drogas, mais violência e mais mortes. Na novela “Os Exércitos”, o escritor colombiano Evelio Rosero retrata o clima de medo que domina a Colômbia há décadas por meio da vida de dois aposentados, Ismael e Otilia. Como muitos colombianos, Rosero considera que “a paz é algo inalcançável”.

— A guerra contra as Farc não terminou. E não se trata de uma guerra ideológica, mas simplesmente de um exército com interesses compartilhados com o narcotráfico. Um exército hoje protegido pela Venezuela — enfatiza.

De fato, estima-se que Iván Márquez, um dos líderes das Farc que assinou o acordo de paz e depois o abandonou, viva hoje em território venezuelano. Na visão de Rosero, embora um setor das Farc tenha abandonado as armas (cerca de 95% dos 13 mil guerrilheiros que aderiram ao acordo), “muitas outras guerras continuam acontecendo, e a principal delas é a guerra do narcotráfico, que alimenta com armas e dinheiro todos os demais exércitos”. O processo de paz, frisou, “é uma ilusão”.

Com um olhar mais esperançoso, o historiador Gonzalo Sánchez Gómez, autor de “Caminhos de guerra, utopias de paz”, acredita que “mesmo incompleta, a paz é valorizada como um ganho histórico”.

— Poderemos ter mais armas, até mesmo novos adeptos delas, mas com apoios frágeis. A guerra não tem futuro — ressalta o historiador, que segue de perto a evolução da Jurisdição Especial para a Paz (JEP), tribunal de transição criado pelo acordo no qual vítimas e violadores dos direitos humanos estão sendo ouvidos e que estabelece penas alternativas para os que admitem seus crimes.

O GLOBO

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