Relatório aponta que violência contra povos indígenas aumentou em 2016 no Brasil
NoticiasA violência contra povos indígenas aumentou. Essa é a conclusão das análises feitas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre dados coletados no ano de 2016. As informações estão no Relatório “Violência Contra Povos Indígenas do Brasil” divulgado em outubro.
De acordo com o relatório, os homicídios aumentaram de 54 em 2015 para 56 no ano seguinte. Em relação ao suicídio, em 2016 foram 106 casos, 19 a mais que no ano anterior, com crescimento significativo na região do Alto Solimões. Já sobre a mortalidade infantil, os dados são mais alarmantes: foram 136 casos a mais, passando de 599 para 735 mortes de crianças de zero a cinco anos, sendo grande parte dos casos verificados no povo yanomami.
Para um dos organizadores do estudo, Roberto Liebgott, os dados são consequência de posturas adotadas em diferentes governos: «Nós caracterizamos a política anterior como uma política de omissão do poder público, o governo não foi propositivo em ações e serviços no sentido de assegurar aos povos indígenas a demarcação das terras e políticas públicas adequadas ao modo de ser de cada povo. Com a mudança de governo, nós percebemos uma outra perspectiva em termos de política. O governo se torna propositivo em ações e propostas que visam a restrição dos direitos constitucionais já assegurados», segundo Liebgott.
» Impunidade, falta de justiça, um desrespeito à vida, ao ser humano. Nós não queremos além do que nós já temos», concluiu.
O caderno aponta quatro categorias de violências: Contra o patrimônio, contra a pessoa, por omissão do poder público e contra populações em isolamento voluntário.
Ao observar os dados apontados pelo Cimi, a indígena Irani Barbosa, do povo Macuxi da Terra Raposa Serra do Sol, ressalta o sentimento de desrespeito contra os índios.
Também podem ser verificadas numa plataforma chamada Cartografia de Ataques Contra Indígenas (Caci), no endereço caci.cimi.org.br
Rádio Nacional/EBC