Esquerda precisa atualizar sua «narrativa» e suas formas de atuação, defendem socialistas
NoticiasRepresentantes da Coordenação Socialista Latino-americana (CSL) defenderam a construção de uma nova «narrativa» de esquerda no continente, aliada à busca de novas formas de atuação e ao enfrentamento da corrupção, durante reunião ordinária no último fim de semana, em Assunção, no Paraguai.
Estiveram presentes o vice-presidente nacional do PSB e secretário-geral da CSL, Beto Albuquerque, e a presidente do Partido Revoluncionário Feberista (PRF), do Paraguai, Hilda Josefina Duarte de Benítez.
Também participaram o vice-presidente do PRF, Roberto Ferrero, o presidente do Partido Socialista do Equador (PSE), Patricio Zambrano, o congressista nacional Alberto Quintanilla e Ana Muñoz, ambos do Partido Socialista (PS) do Peru.
Durante a reunião, que aconteceu na sede do PRF, os socialistas também definiram a incorporação de novos membros à CSL.
Beto Albuquerque, que presidiu a reunião, defendeu que a CSL seja um espaço amplo de reflexão sobre novas perspectivas do socialismo no continente. «O desafio para discussão é como a esquerda pode governar em países capitalistas, garantindo avanços e não perdendo espaços para a direita”, disse.
O socialista brasileiro citou a experiência do Uruguai, onde os partidos da Frente Ampla governam há 15 anos, combinando crescimento econômico com avanços sociais. «Devemos aprender com essa experiência», defendeu Albuquerque.
Josefina Duarte ressaltou que a corrupção «custa muito caro» à esquerda, que não deve permanecer «paralisada», permitindo o avanço da direita.»Em nossas organizações, uma pessoa que se desvia custa muito mais à esquerda que à direita», disse.
Ela afirmou que é preciso governar como socialistas, tendo a honestidade administrativa como bandeira, e citou como exemplo o PRF, que tem uma imagem de probidade, em contraste com a direita, «muito ligada à máfia e à corrupção no Paraguai».
Patricio Zambrano reforçou a necessidade de autocrítica da esquerda e de que temas como ética e moralidade pública sejam uma prioridade para os membros da CSL.
Na sua opinião, é preciso retomar o processo de unificação da esquerda na América Latina no momento em que em vários países, entre eles, o Equador, a direita reconquista espaços. Zambrano ressaltou as experiências acumuladas por seu partido, que hoje tem congressistas e prefeitos em todo o país, participou do governo de Rafael Correa, e apoia o atual presidente Lenin Moreno.
Para Ana Muñoz, do Partido Socialista do Peru, a esquerda tem que experimentar um processo de renovação e democratização, e deve se preocupar com o tema corrupção, que compromete recursos necessários à execução de políticas públicas.
Já Alberto Quintanilla, também do PS peruano, comentou que o Peru passa atualmente por um problema em que o «Estado serve ao poder econômico», e que a esquerda deve estar unida e renovada para não permitir que governos se perpetuem no poder.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional