Ao menos 78 defensores de direitos humanos foram mortos na Colômbia em 2021, informa ONU
ColombiaCom dezenas de casos que ainda não foram verificados, número pode ser maior
Pelo menos 78 defensores de direitos humanos foram mortos na Colômbia em 2021, informou o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU nesta quinta-feira, acrescentando que mais casos ainda estão sendo verificados.
A violência contra defensores de direitos humanos, ambientalistas e ativistas comunitários — conhecidos coletivamente na Colômbia como líderes sociais — provoca críticas internas e internacionais ao governo do conservador Iván Duque, em meio a exigências de que ele faça mais para impedir os assassinatos.
O governo atribui os crimes ao Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha ativa no país, a ex-rebeldes das Farc que rejeitam o acordo de paz de 2016 e a grupos criminosos, alguns formados por ex-paramilitares, que buscam o controle das redes de narcotráfico e de áreas de mineração ilegal.
O Alto Comissariado das Nações Unidas disse que recebeu 202 denúncias de líderes de direitos humanos mortos na Colômbia em 2021. Destes, 78 foram confirmados como mortos, 39 casos ainda estão sendo verificados e em 85 não foi possível chegar a uma conclusão.
Em um relatório semelhante publicado em março de 2021, o organismo da ONU documentou inicialmente 53 assassinatos de defensores de direitos humanos em 2020, enquanto outros 80 casos ainda não tinham sido verificados.
Desde então, 41 dos casos pendentes também foram verificados, elevando para 94 o número de assassinatos confirmados de defensores dos direitos humanos em 2020, segundo um porta-voz do Alto Comissariado.
O grupo colombiano de direitos humanos Indepaz estima em 171 os líderes sociais mortos no ano passado, enquanto a ONG Human Rights Watch (HRW) disse em um relatório nesta quinta-feira que 500 defensores dos direitos humanos foram mortos desde 2016, o que faz da Colômbia um dos países com as estatísticas mais altas de homicídios de lideranças sociais em todo o mundo.
Na Colômbia, também é notório o perigo que ativistas ligados a causa ambientais enfrentam. Por dois anos consecutivos, 2019 e 2020, a nação sul-americana foi o país mais perigoso do mundo para esses ativistas, segundo a ONG Global Witness.
O GLOBO