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Venezuela: como ficam Maduro e o chavismo após derrota eleitoral

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Vitórias da oposição mesmo em redutos do movimento político da situação colocam sob pressão governo que já enfrenta problemas como crise econômica e popularidade em queda.

Daniel Pardo
Da BBC

Nas primeiras horas após a derrota nas eleições parlamentares de domingo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pareceu ter deixado de lado o tom aguerrido de seu discurso ao comentar o péssimo resultado nas urnas.

«Ninguém disse que seria fácil», «Temos que trabalhar duro» e «Precisamos de uma nova etapa da Revolução Bolivariana» foram algumas das frases de efeito usadas pelo presidente.

Mas a verdade é que o Chavismo enfrenta uma situação inédita: além de sofrer seu primeiro revés eleitoral em 17 anos, o movimento de esquerda cedeu terreno para a oposição mesmo em redutos, como o distrito 23 de Janeiro. Ironicamente, é lá que está enterrado o ex-presidente Hugo Chávez, que comandou a Venezuela por 11 anos até sua morte, em 2013.

Maduro não apenas perdeu o controle do Legislativo no domingo: a frente de partidos de oposição está muito perto de conquistar dois terços das cadeiras parlamentares e, assim, ter os votos necessários para desafiar seriamente o presidente, inclusive abrindo processo de impeachment.

Desafio
O presidente enfrenta ainda uma grave crise econômica que, segundo analistas, exigirá medidas que resultarão em aumento do custo de vida, desvalorização da moeda e cortes nos gastos públicos. Outro problema são as divisões internas no chavismo, que deverão ser evidenciadas pelos resultados das urnas.

Maduro disse no domingo que a derrota seria fruto do que chamou de «guerra econômica» liderada pela oposição, com apoio da iniciativa privada e dos Estados Unidos. Pesquisas de opinião, porém, mostram que de 60% a 65% dos venezuelanos culpam o governo pela inflação, a escassez e a recessão. E isso, naturalmente, atinge a imagem de Maduro.

Alguns comentaristas de tendência chavista, inclusive, pediram sua renúncia.

«A capacidade de liderança do presidente foi reduzida», afirmou à BBC Mundo Roland Denis, vice-ministro do Planejamento do governo Chávez em 2003.

«Veremos muitas pessoas dizerem publicamente o que antes não se atrevia: o governo e Maduro são responsáveis por esse desastre econômico».

Campanha
O presidente precisará ainda lidar com uma oposição mais poderosa que o obrigará a fazer concessões para manter a estabilidade de seu governo.

Os desafios do chavismo passam também pela ausência de figuras de liderança que possam gerar esperança de mudanças nas bases do movimento.

Diosdado Cabello, o atual presidente da Câmara, foi reeleito deputado, mas agora poderá experimentar o outro lado das discussões parlamentares – Cabello ficou famoso pelas interrupções durante falas de colegas de oposição. Mas há quem aposte que seja alçado a um cargo ministerial ou mesmo à vice-presidência. Até porque parecer ser o único chavista com capital político para uma renovação sem grandes concessões.

«O chavismo passará por um processo de formação de frentes e divisões», acrescentou Denis.

Mas se a maioria do eleitorado votou contra o governo no domingo, isso não significa que discorda do regime socialista. Maduro chegou às eleições com 30% de popularidade, mas Chávez, apesar de há quase três anos morto, hoje é admirado por mais da metade dos venezuelanos. Analistas dizem que o voto foi uma punição ao governo, não uma rejeição às conquistas sociais obtidas na última década.

«A derrota de domingo será interpretada com uma parte normal de um processo de busca por justiça social», explicou o cientista político Alberto Aranguibel, cientista político de linha chavista. «O processo será reforçado por este revés eleitoral».

Um aumento no preço do petróleo – a Venezuela tem as maiores reservas do mundo – poderá ajustar a economia sem sacrificar sua imagem. Mas, com eleições para governador previstas para o ano que vem, o país parece fadado a permanecer em um estado de campanha permanente.

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